Quando estamos alegres e muito felizes, quando estamos juntinhos namorando,
ou absortos assistindo a um filme maravilhoso ou simplesmente contemplando uma
linda rosa ou um deslumbrante por de sol, ou comemorando um gol de nosso time
ou pulando, berrando e soltando foguetes pq ganhamos na loteria, ou simplesmente
pq resolvemos um grande problema de nossas vidas, nesses exatos momentos de
alegria e felicidade, ninguém se lembra que existe deus, religião, medo, morte,
fé e esperança.
Mas quando estamos em pânico, aterrorizados e desesperados, quando acabamos de saber que uma pessoa muito querida,
o nosso pai ou mãe, o nosso filho(a) ou nossa
esposa(o), um(a) amigo(a) está com uma doença grave e incurável e pode morrer a
qualquer momento, ou que vc perdeu tudo que tinha na bolsa ou num incêndio, houve
um acidente, uma grande catástrofe e há a possibilidade que uma pessoa amada
esteja no local, ou que vc está endividado e acabou de perder o emprego em que trabalhou
nos últimos 20 anos, enfim, que aconteceu uma das infinitas possibilidades de
infortúnios e catástrofes em nossa vida, algo terrivelmente ruim, totalmente
fora do nosso controle e das nossas forças, aí então,
Irrompe em nós o terror, o pânico e o desespero.
E uma fraqueza e um sentimento de incapacidade enorme toma conta de nós,
e sentimos o quanto somos frágeis e vulneráveis, o quanto precisamos de algo ou
alguém mais forte e mais poderoso do que nós. que possa nos salvar e em quem
possamos acreditar, ter fé e esperança
Assim, medo, fé e esperança são os dois lados de uma mesma moeda.
Um não existe sem o outro...
Para que haja a necessidade de fé e esperança é preciso antes haver
proporcional intensidade de medo, temor e desespero
É aí, nesse momento de aflição e desespero, nesse nosso momento de
extrema angustia, depressão, fraqueza e fragilidade, que entram todas as
religiões, oferecendo a cura e a salvação de todos os nossos males...
E é aí, como um naufrago que agarra qualquer coisa para se salvar,
que nos entregamos de corpo e alma, e nos tornamos submissos e
dependentes
a pessoas, ideias, ideologias, dogmas e crenças atribuídas a deus,
mas que não passam de meras construções da mente humana acumuladas ao
longo de séculos
É aí que abrimos mão e abandonamos de vez em nossas vidas
da fantástica experiência de clareza, iluminação e percepção direta,
sem intermediários, sem ego e sem pensamentos,
do que realmente é, do que realmente existe, do que realmente
importa.